sexta-feira, 26 de maio de 2017

O Deputado Cícero Almeida do PRTB de Alagoas

O Deputado Cícero Almeida do PRTB de Alagoas

  • José Cícero Soares de Almeida, ou apenas Cícero Almeida (Maribondo, 8 de janeiro de 1958) é um radialista, cantor e político brasileiro. Foi prefeito de Maceió, atualmente Deputado Federal pelo Estado de Alagoas, eleito em 2014 pelo PRTB mas hoje filiado ao PMDB. Licenciou-se do cargo a partir de 25 de maio de 2016 pelo período de 122 dias, sendo 2 dias para tratamento de saúde e outros 120 por interesse particular, para cuidar de sua campanha à prefeitura de Maceió.
É um dos condenados no chamado Escândalo das Taturanas. Também foi condenado por irregularidades no contrato do Carnaval de 2008 em Maceió e é réu no Supremo Tribunal Federal por envolvimento na Máfia do Lixo de Maceió. Todas estes casos dizem respeito aos seus dois mandatos como prefeito da capital alagoana, entre 2005 e 2012.

Carreira:

Cícero Almeida atuou como repórter policial em diversas rádios e na TV Alagoas antes de ingressar na política. Seu primeiro cargo foi o de vereador em Maceió, para o qual foi eleito na eleição de 2000 pelo PSL. No pleito de 2002, já pelo PDT, foi eleito Deputado Estadual. Pelo mesmo partido, foi eleito prefeito de Maceió em 2004, apoiado pelo empresário sucroalcooleiro João Lyra, na época deputado federal pelo PTB, derrotando, em segundo turno, o candidato do PSB Alberto Sextafeira, apoiado pelo então governador Ronaldo Lessa e pela prefeita Kátia Born.
Após a vitória desfiliou-se do PDT por conflitos com o então presidente estadual do partido, Geraldo Sampaio, ingressando no PTB, partido de João Lyra. Porém, pouco depois, mudou-se para o PP, pelo qual foi reeleito em 2008 já em primeiro turno, com 81,5% dos votos válidos, o maior percentual entre os candidatos nas capitais do Brasil.. Posteriormente filia-se ao PEN, depois ao PSD e, por fim, ao PRTB, pelo qual elegeu-se Deputado Federal em 2014. Filiou-se novamente ao PSD em 2015 e, finalmente, ao PMDB em 2016.

Controvérsias:
Taturanas:

Almeida é um dos condenados na chamada Operação Taturana. Ele foi envolvido na parte que investiga empréstimos irregulares contraídos junto ao Banco Rural, do mesmo modo que Arthur Lira (na época Deputado Estadual, hoje Deputado Federal), Manoel Gomes de Barros Filho, Paulo Fernando dos Santos, o Paulão do PT (também ex-Deputado Estadual e hoje Federal), Maria José Pereira Viana (Ex-Deputada Estadual), Celso Luiz Brandão (à época Presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas), João Beltrão (ainda hoje Deputado Estadual) e José Adalberto Cavalcante Silva (outro ex-Deputado). Todos tiveram seus direitos políticos suspensos e ficaram proibidos de contratar com o poder público por dez anos, além da perda de quaisquer funções públicas e ao pagamento de multa civil no mesmo valor do empréstimo contratado, mas recorreram das sentenças.

Máfia do Lixo:

Cícero Almeida é réu na Ação penal nº 956/2015, que investiga a chamada Máfia do Lixo de Maceió, um esquema de favorecimento a empresas de coleta do lixo por parte de Almeida quando prefeito entre 2005 e 2012. O esquema foi denunciado em 2005 pelo então vereador Marcos Alves, falecido em 2011. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 200 milhões. Investigações realizadas pelo Ministério Público Estadual nos anos de 2005 e 2006 concluíram que, ao invés de realizar licitação para contratação da empresa encarregada da coleta de lixo na cidade, a prefeitura forjou a renúncia da Construtora Marquise S/A ao contrato vigente e fabricou uma emergência para justificar a celebração de contrato com a Viva Ambiental e Serviços Ltda. 
Em Abril de 2016, O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, decidiu pelo desmembramento do processo. O relator do caso entendeu que as dispensas de licitações realizadas por Cícero Almeida em favor da empresa Viva Ambiental devem ser julgadas pela Corte Superior. O ministro determinou o desmembramento da ação penal, sendo que Almeida será julgado pelo STF por ser o único entre os réus com foro privilegiado, por ser Deputado Federal. Determinou ainda o encaminhamento dos autos para o Tribunal de Justiça de Alagoas para o prosseguimento da ação penal em relação aos demais réus.
Almeida será julgado pelos crimes tipificados nos artigos 89 e 92 da Lei 8.666/93, arts. 319 e 359-D do Código Penal, além dos crimes de responsabilidade previstos nos incisos V e XI do art. 1º do Decreto-Lei n° 201 /67. O artigo 92 específica: "Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais [...]".

Carnaval 2008:
  • Almeida foi condenado por improbidade administrativa devido a irregularidade constatada no convênio celebrado para realização do Carnaval de 2008 em Maceió. A Justiça determinou perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por 5 anos e proibição de contratar com o poder público. No entanto ele recorreu da sentença.
A ação, impetrada pelo Ministério Público Estadual, tem como alvo o contrato firmado entre a Fundação Cultural Cidade de Maceió e a organização não governamental Núcleo de Cultura Afro-Brasileira Iyá Ogum-té, para a realização do carnaval de 2008. O contrato, que de acordo com denúncia foi firmado "sem a observância das formalidades legais", estabelecia o montante de R$ 194.407,92 para que a entidade providenciasse toda a infraestrutura do evento. Só que dias antes da festa, em 24 de janeiro daquele ano, foi assinado um aditivo que aumentou em 158,1% o valor final repassado, totalizando R$ 501.907,92 (um acréscimo de R$ 307.500,00). Isso sem a realização de licitação, o que juiz Manoel Cavalcante, da 18ª Vara Cível de Maceió, aponta como indício de irregularidade. Também tornaram-se réus o então presidente da Fundação Cultural Cidade de Maceió, Marcial Lima, e a organização não governamental contratada pela prefeitura.

Infidelidade Partidária:

O deputado é alvo de processo também no Tribunal Superior Eleitoral por infidelidade partidária, por ter trocado o PRTB pelo PSD fora da janela permitida pela legislação eleitoral. As oitivas aconteceram no dia 28 de março de 2016, em Brasília, e foram ouvidos o presidente nacional do PRTB Levy Fidélix, o presidente estadual Adeilson Bezerra e o próprio Cícero Almeida. A relatora do processo é a Ministra Luciana Lóssio. Almeida alega ter sido destituído abruptamente da direção partidária municipal e estadual, e por isso teria mudado de legenda, o que é negado pelo PRTB.

terça-feira, 11 de abril de 2017

A desmoralização dos pitbulls da grande mídia

Alberto Cantalice 
Foto: Arquivo PT

Três vezes derrotados nos pleitos presidenciais, por Lula e Dilma e o PT, os setores elitistas albergados na grande mídia, ao se verem na iminência do quarto revés eleitoral, foram ao desespero.
Diuturnamente lançam vitupérios, achincalhes e deboches contra os avanços do país visando desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior. Inimigos que são das políticas sociais, políticas essas que visam efetivamente uma maior integração entre todos os brasileiros, pregam seu fim.
“A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil”.
Profetas do apocalipse político, eles são contra as cotas sociais e raciais; as reservas de vagas para negros nos serviços públicos; as demarcações de terras indígenas; o Bolsa Família, o Prouni e tudo o mais.
Divulgadores de uma democracia sem povo apontaram suas armas, agora, contra o decreto da Presidência da República que amplia a interlocução e a participação da população nos conselhos, para melhor direcionamento das políticas públicas.
Personificados em Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Gentili, Marcelo Madureira entre outros menos votados, suas pregações nas páginas dos veículos conservadores estimulam setores reacionários e exclusivistas da sociedade brasileira a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes. Seus paroxismos odientos revelaram-se com maior clarividência na Copa do Mundo.
Os arautos do caos, prevendo e militando insistentemente pelo fracasso do mundial – tendo, inclusive, como ponta de lança a revista Veja previsto que os estádios só ficariam prontos depois de 2022, assistem hoje desolados e bufando à extraordinária mobilização popular e ao entusiasmo do povo brasileiro pela realização da denominada, acertadamente, de a Copa das Copas.
O subproduto dos pitbulls do conservadorismo teve seu ápice nos xingamentos torpes e vergonhosos à presidenta Dilma na abertura da Copa, na Arena Corinthians. Verdadeiro gol contra, o repúdio imediato de amplas parcelas dos brasileiros e brasileiras ao deprimente espetáculo dos vips demonstra que a imensa maioria da população abomina essa prática.
Desnudam-se os propagadores do ódio. A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil!


Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT e coordenador das Redes Sociais do partido

domingo, 12 de março de 2017

Doação a filho de Renan Calheiros era propina, diz empresário preso na Lava-Jato

Doação a filho de Renan Calheiros era propina, 
diz empresário preso na Lava-Jato

Por Zero Hora

O empresário Ricardo Pessoa disse aos procuradores da Operação Lava-Jato que as doações que fez para a campanha do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB) eram propina. Dono das empreiteiras UTC e Constran e apontado como o líder do cartel de empresas ligado ao esquema de corrupção na Petrobras, o empresário revelou que o dinheiro serviria para manter seus contratos na estatal. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O atual governador de Alagoas é filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e recebeu R$ 1 milhão da UTC, uma das empresas de Pessoa. A empreiteira repassou o dinheiro para o diretório estadual do PMDB em duas parcelas, em agosto e setembro. Por meio de sua assessoria, Renan Filho disse à Folha que as doações recebidas por sua campanha em Alagoas foram feitas conforme a legislação.
Desde quarta-feira, Pessoa tem um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Ele se comprometeu a contar tudo o que sabe para diminuir sua pena.
Além de Renan Filho, os depoimentos de Pessoa apontam para outros políticos e para a presidente da República. O empreiteiro disse que suas doações à campanha de reeleição de Dilma Rousseff, num total de R$ 7,5 milhões, foram feitas para evitar prejuízos em seus negócios com a Petrobras. Pelo menos dez congressistas e outro governador também foram citados por Pessoa.
Além da UTC, colaboraram para a campanha de Renan Filho as construtoras OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e Serveng Civilsan, todas investigadas na Operação Lava-Jato.

Michel Temer defende eleição de Renan Filho e Collor em Alagoas

Bancada do PT: Ninguém combateu corrupção como Lula e Dilma

Afonso Florence (BA) – líder da Bancada do PT na Câmara”

Publicado às 00:55h de 03/12/2016
Por Agência PT de Notícias

A Bancada do PT na Câmara, por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (1) e assinada pelo líder Afonso Florence (BA), demonstra que não procedem os argumentos e as interpretações distorcidas acerca do resultado da votação das chamadas “Dez Medidas Contra a Corrupção”.
Florence detalha que a maioria das conquistas que visam combater a corrupção no Brasil foi capitaneada pelos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, tanto na criação de instrumentos legais como no fortalecimento de instituições do Estado.
“Essas peças legislativas, aliadas a medidas do Executivo, como o fortalecimento da Polícia Federal e a garantia de autonomia do Ministério Público, foram decisivas para que pudessem prosperar diversas ações contra a corrupção agora em curso no Judiciário brasileiro, como a Operação Lava Jato. Assim, não procede a afirmação de que o Estado brasileiro não possui instrumentos legais e institucionais necessários para o combate à corrupção”, diz o líder na nota.
Florence ressalta ainda que, especificamente sobre as dez medidas, os pontos alterados pelo plenário da Câmara são do código de processo penal e atingem toda a população brasileira em processos que não são de corrupção.
“O trabalho legislativo da Câmara, na Comissão Especial e no plenário contribuiu, na avaliação de renomados juristas que participaram do debate, para melhorar a lei, garantindo por exemplo a plenitude do habeas corpus. Foram eliminadas distorções como o teste de integridade, conhecido como ‘flagrante forjado’, do servidor público, o qual induzia a simulações de crime em repartições públicas”.

Leia a íntegra:
“Nota da Bancada do PT na Câmara
O projeto apresentado pelo Ministério Público, conhecido como “Dez Medidas Contra a Corrupção” suscitou controvérsias e interpretações distorcidas que exigem esclarecimentos.
A luta contra a corrupção no Brasil é parte da recuperação da cidadania e uma importante conquista da sociedade, que caminha ao lado do fortalecimento de seus direitos e garantias fundamentais. Como resultado desse movimento, o Brasil conseguiu nos últimos anos um eficaz arcabouço legal anticorrupção. A maior parte das conquistas neste campo foi introduzida durante os governos Lula e Dilma.
Podem-se citar como exemplos a nova lei de lavagem de dinheiro, a lei de enfrentamento às organizações criminosas (que regulou o instituto da delação premiada), a lei anticorrupção (que pune empresas que financiam a corrupção e ferem o patrimônio público) e a lei do conflito de interesses de ocupantes de cargos públicos. Essas peças legislativas, aliadas a medidas do Executivo, como o fortalecimento da Polícia Federal e a garantia de autonomia do Ministério Público, foram decisivas para que pudessem prosperar diversas ações contra a corrupção agora em curso no Judiciário brasileiro, como a Operação Lava Jato. Assim, não procede a afirmação de que o Estado brasileiro não possui instrumentos legais e institucionais necessários para o combate à corrupção.
Complementarmente a esse esforço, também foi encaminhado pela presidenta Dilma, em março de 2015, um pacote de medidas anticorrupção, que incluía a criminalização do enriquecimento ilícito e do caixa dois, entre outras propostas posteriormente incorporadas ao PL das “Dez Medidas”. Lamentavelmente, o governo Temer retirou a urgência do pacote de Dilma. A Bancada do PT está pedindo novamente a votação do regime de urgência de temas que não foram contemplados.
Na votação do texto da Comissão no plenário, foram aprovadas importantes mudanças como a agilidade da tramitação dos processos anticorrupção e o agravamento das penas dos crimes correlatos. Também aumentou a pena por crimes de corrupção, caixa dois virou crime, acelerou o processo com a inibição dos recursos protelatórios e firmou o princípio de que todos são iguais perante a lei.
É importante ressaltar que os pontos que o plenário da Câmara alterou são do código de processo penal, atingindo toda a população brasileira em processos que não são de corrupção. O trabalho legislativo da Câmara, na Comissão Especial e no plenário contribuiu, na avaliação de renomados juristas que participaram do debate, para melhorar a lei, garantindo por exemplo a plenitude do habeas corpus. Foram eliminadas distorções como o teste de integridade, conhecido como “flagrante forjado”, do servidor público, o qual induzia a simulações de crime em repartições públicas.
O espírito geral destas modificações foi garantir que o combate à corrupção ocorra sempre articulado à garantia do direito de ampla defesa, cuja redução prejudica principalmente a população mais pobre, a que tem mais dificuldade em fazer valer os seus direitos e assegurar seu acesso à Justiça.
A introdução da emenda que permite a responsabilização de membros do Judiciário e do Ministério Público vai no sentido de que se combatam, exclusivamente, crimes praticados por agentes públicos. Um Estado democrático de direito exige, a par das garantias individuais inscritas na Constituição, o controle social de todos os agentes do Estado, quaisquer que sejam as funções que desempenhem. O bem público sempre se define acima de todas as razões corporativas. Não existem ninguém acima da lei e os crimes devem ser coibidos mesmo quando praticados por juízes e promotores.
Conforme a Constituição, cabe ao Congresso Nacional debater e oferecer aperfeiçoamento às iniciativas legislativas, independentemente de sua origem. A votação na Câmara Federal não é terminativa. O Senado pode alterá-la e haverá tempo suficiente para o amadurecimento e maior precisão do conteúdo do texto final. Toda a sociedade, inclusive os membros do Ministério Público e do Poder Judiciário, deverá contribuir para o aperfeiçoamento da lei.
Brasília, 1º de dezembro de 2016.

Paulão denuncia Rui na Câmara por descaso no combate a Chikungunya

Paulão denuncia Rui na Câmara por descaso no combate a Chikungunya

A epidemia de doenças derivadas da picada do mosquito Aedes Aegypti, como a dengue, zika e a chikungunya, em Maceió, foi denunciada na Câmara dos Deputados pelo deputado federal Paulão (PT), como um caso de desrespeito a população, uma vez que a prefeitura municipal não fez o seu dever de casa na prevenção de combate ao mosquito.
O parlamentar falou no expediente da Câmara que os dados revelados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e Sociedade Alagoana de Reumatologia (SAR) são assustadores e atestam a total falta de compromisso da Prefeitura com a saúde pública do maceioense.
De acordo com os dados, o deputado denunciou em plenário que este ano 350 mil maceioenses vão ser vítimas da Chikungunya “e 100 mil pessoas terão dores crônicas incapacitantes terríveis, como revelaram os médicos das instituições que fizeram a pesquisa”. Trata-se, disse Paulão, de um desrespeito e uma agressão estúpida à população.
Ele lembrou no plenário da Câmara que os dados foram revelados pelos médicos George Basile, da SBR, e Celso Tavares, da SAR, considerados dois especialistas que lidam no dia a dia com as angústias dos alagoanos, devido as doenças provocadas pelo mosquito.
-É inconcebível o descaso do prefeito tucano Rui Palmeira (PSDB) com a saúde pública na capital. A situação relatada pelas duas entidades médicas simbolizam o fracasso da gestão no que diz respeito a prevenção necessária contra essas doenças e mesmo ao atendimento às pessoas que mais precisam, principalmente por que se sabe que a falta de medicamentos para os usuários do SUS é uma constante na farmácia municipal. – Declarou.
Disse ainda que a simbologia se estende para a falta de compromisso de um governo elitista, cujos olhos só estão voltados para as áreas nobres da capital e para a ansiedade de criar tributos para penalizar o contribuinte do município.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Renan Filho (PMDB) é o atual Governador do Estado de Alagoas

  • José Renan Vasconcelos Calheiros Filho (Murici, 8 de outubro de 1979) é um político brasileiro. Filiado ao PMDB, é o atual Governador do Estado de Alagoas.
É filho de Renan Calheiros, ex-presidente do Senado Federal.

Biografia
  • Foi eleito prefeito do município de Murici, em Alagoas, nas eleições de 2004, sendo reeleito em 2008. No início de abril deste ano, renunciou ao mandato para possivelmente disputar um mandato de deputado estadual, na Assembleia Legislativa, sendo substituído por Remi Calheiros, ex-prefeito e que era seu vice.
Nas eleições de outubro de 2010 foi eleito Deputado Federal, sendo naquele pleito o candidato mais votado de Alagoas. Foi quem recebeu mais votos em 22 dos 104 Municípios do estado de Alagoas.
  • É o filho primogênito do senador, Renan Calheiros, ex-presidente do Senado Federal, com Maria Verônica Rodrigues Calheiros.
Durante o escândalo do Renangate, manteve-se todo o tempo apoiando o pai, vítima de denúncias de que teria pago a pensão de uma filha (tida numa relação extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso) através do lobista Cláudio Gontijo em dinheiro vivo.
  • Em 12 de setembro de 2007, após a absolvição do pai no senado, Renan Filho foi a Juazeiro do Norte, no Ceará, onde pagou uma promessa que havia feito ao Padre Cícero.
Em outubro de 2014, foi eleito em primeiro turno governador de Alagoas com 52,16% dos votos válidos.

Renan Calheiros é ele mesmo

José Renan Vasconcelos Calheiros (PMDB) de Alagoas

  • José Renan Vasconcelos Calheiros (Murici, 16 de setembro de 1955) é um político brasileiro. Filiado ao PMDB, é Senador por Alagoas, ex-presidente do Senado Federal e, atualmente, líder do Partido na Casa.
Cumpre seu terceiro mandato no Senado Federal do Brasil (1995–2003 / 2003–2011 / 2011–2019) como representante de seu estado natal, Alagoas.Foi Presidente do Senado Federal do Brasil de 2005 até 2007, quando renunciou ao cargo, após denúncias de corrupção. No âmbito político, foi absolvido em 2013, por votação de seus pares no Senado.
  • Em 1º dezembro de 2016, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) se tornou réu por peculato. No mesmo mês, o partido Rede Sustentabilidade (REDE) entrou com uma liminar que pedia o afastamento de Renan Calheiros na presidência do Senado. A ação impetrada pela Rede já tem votos da maioria dos ministros do Supremo entendendo que réus não podem estar na sucessão da Presidência da República. 
Em 5 de dezembro de 2016, o ministro do STF Marco Aurélio Mello decidiu pela liminar afastar Renan Calheiros do cargo da presidência do Senado, no lugar de Renan assumiria o vice-presidente do Senado Federal Senador pelo PT do Acre Jorge Viana, no entanto a mesa do Senado decidiu aguardar a decisão do plenário do Supremo. Em 7 de dezembro de 2016, o STF decidiu por 6 votos a 3 manter Renan Calheiros no cargo de presidente do Senado, mas não podendo assumir a presidência da República na linha sucessória.

Biografia:
  • Filho de Olavo Calheiros Novais e Ivanilda Vasconcelos Calheiros Renan tem sete irmãos, três deles, Olavo e Renildo e Remi, que como ele, também optaram pela carreira política - os dois primeiros como deputados federais: Olavo por Alagoas e Renildo por Pernambuco, entre 1991 e 1995 e Remi como Prefeito de Murici, entre 1999 e 2003.
Casado com a artista plástica Maria Verônica Rodrigues Calheiros, ele tem, desse casamento, três filhos. Um deles, Renan Calheiros Filho, é atualmente governador eleito do Estado de Alagoas. Renan tem, também, uma filha, Maria Catharina Freitas Vasconcelos Calheiros, nascida de uma relação extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso, pivô do escândalo que o levou a enfrentar um processo de cassação, do qual foi absolvido em 12 de setembro de 2007.
  • Desde 1994 é um dos três representantes do estado de Alagoas no Senado Federal, casa da qual foi presidente de 2005 a 2007 e é o atual presidente, tendo sido eleito em fevereiro de 2013 
Renan Calheiros é autor de quatro livros: Em Defesa de um Mandato Popular, Contadores de Balelas, Do Limão, uma Limonada e Sem Justiça não Há Cidadania. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Atuação política
Início da carreira
  • No final da década de 70, o estudante universitário Renan Calheiros já dava sinais de que acabaria seguindo a carreira política quando presidiu o diretório acadêmico (DAC) da área de ciências humanas e sociais da Universidade Federal de Alagoas e se filiou à legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). O Brasil de então ainda vivia sob governo militar e o sistema político era bipartidário.
Deputado estadual (1979–1983)
  • Em novembro de 1978 candidatou-se e foi eleito deputado estadual pelo MDB. Com a extinção do bipartidarismo e a consequente reorganização partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sucessor do MDB. Em 1982 foi eleito deputado estadual pelo PMDB, e exerceu dois mandatos.Na época, o prefeito da cidade de Maceió era Fernando Collor de Mello, alvo de ferozes críticas do PMDB. Em seus discursos na Assembleia, Renan chamava o prefeito de "príncipe herdeiro da corrupção".Em 1982 recebe o diploma da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas.
Deputado federal:
  • Em seu primeiro mandato como deputado federal, de 1983 a 1987, foi titular de três comissões: Comissão de Trabalho e Legislação Social (CTLS), Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Trabalho, Comércio e Indústria (CTCI). Posicionou-se contra todos os decretos-leis que determinaram o arrocho salarial e a favor do projeto de lei que proibia a demissão imotivada do trabalhador.
Em 1984 assumiu a vice-liderança do PMDB, ocupando-a até o ano seguinte. Em 25 de abril de 1984, a Câmara dos Deputados se reuniu para votar a emenda Dante de Oliveira, que propunha o restabelecimento das eleições diretas para presidente da República em novembro do mesmo ano.
  • Em 15 de janeiro de 1985 o colégio eleitoral elegeu o mineiro Tancredo Neves presidente da república pela Aliança Democrática, uma união do PMDB com a Frente Liberal (dissidentes do extinto PDS). A Frente Liberal acabaria por por ele vendia picolé mocratas. Calheiros votou com o partido, em Neves, mas este não chegou a assumir: faleceu no dia 21 de abril, ironicamente, dia de Tiradentes, um mineiro que morrera pela liberdade. Quem assumiu foi o homem que um dia viria a se tornar grande aliado de Renan Calheiros: José Sarney. O maranhense já vinha exercendo o cargo de presidente da república interinamente desde 15 de março.
Ainda em 1985 foi então eleito para a presidência regional do PMDB, com o apoio do usineiro João Lyra. Calheiros candidatou-se novamente e foi reeleito deputado federal com a maior votação do PMDB e a segunda maior do estado de Alagoas, obtendo um total de 54.888 votos.

Segundo mandato:
  • Reeleito em 1986 para um segundo mandato até 1991, Renan foi titular de algumas subcomissões e suplente de outras. Em 1987 foi eleito vice-presidente do PMDB de Alagoas. Chegou a viajar à China, a convite do governo chinês, e a ocupar a Secretaria de Educação do Estado de Alagoas.
Em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da nova constituição nacional, Renan assumiu a CCJ. Defendeu o parlamentarismo e a regulamentação do direito de greve, inclusive do funcionário público, além da garantia de todas as conquistas sociais asseguradas na Carta magna. Na questão da reforma agrária, defendeu a limitação do direito de propriedade e a desapropriação de terras improdutivas.

Assessoria a Fernando Collor:
  • Em novembro e dezembro de 1989 foram realizadas as primeiras eleições diretas para a Presidência da República, após 25 anos de regime militar. Filiado ao Partido da Reconstrução Nacional (PRN), Renan Calheiros assumiu a assessoria de Fernando Collor de Mello, candidato à presidência da República.
A primeira etapa do processo eleitoral efetivou-se em 15 de novembro, concentrando a disputa entre Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva, da Frente Brasil Popular, coligação de esquerda comandada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A campanha se caracterizara por uma aguda polarização entre os dois postulantes. 
  • A vitória de Collor confirmou-se no segundo turno, realizado em 17 de dezembro, e a margem de votos foi pequena. No mesmo mês, já como líder do PRN na Câmara, Renan Calheiros garantiu que o pacote emergencial a ser baixado pela presidência para sanear o país e viabilizar a retomada do crescimento econômico promoveria reformas nas áreas patrimonial, fiscal e administrativa, além de definir as novas políticas de renegociação da dívida interna e externa. Anunciou também uma devassa na administração de José Sarney.
Em março de 1990, tão logo tornou-se líder do governo no Congresso Nacional, Renan Calheiros divulgou o pacote de medidas baixado por Collor, entre as quais destacava-se o confisco de parcela dos ativos depositados em cadernetas de poupança.
  • Candidato ao governo de Alagoas, Renan iniciou uma acirrada disputa política com o deputado federal Geraldo Bulhões, outro amigo pessoal do presidente. Convidado a assumir a pasta da agricultura em substituição a Joaquim Roriz - indicação feita por Collor, que assim tentava resolver o impasse provocado pela briga entre os dois amigos - recusou o convite, declarando que permaneceria na liderança do governo até junho.
Em abril, afirmou que o governo havia obtido a aprovação das medidas provisórias relativas ao Plano Collor no Congresso sem negociar cargos públicos, o que considerava "uma verdadeira revolução". Declarou: "O Brasil mudou em dezembro, o Congresso em abril, e quem não entendeu isso vai perder o bonde da História".
  • Em 25 de abril rebateu acusações feitas pelo líder do PMDB na Câmara, Ibsen Pinheiro, de que o governo estaria praticando fisiologismo nas suas relações com os parlamentares, afirmando que os 38 deputados do PMDB que tinham votado favoravelmente à reforma monetária não haviam sido cooptados, mas agido na "convicção da sintonia do seu gesto com a vontade majoritária do povo brasileiro de ver aprovado o plano de estabilização econômica". No dia seguinte, entretanto, admitiu que ao enviar para o Congresso a Medida Provisória nº 180, que regulava os poderes da ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo, em relação aos prazos e limites de saque do dinheiro bloqueado pela reforma monetária, cometera um grave erro, dando à oposição a oportunidade de alterar o que o governo considerava a espinha dorsal do plano econômico.
Em junho, ante a ameaça de desagregação da maioria parlamentar que apoiava o governo, e que reivindicava nomeações para cargos do segundo escalão, Renan Calheiros apresentou um projeto de resolução para que os líderes de partidos com no mínimo 80 parlamentares pudessem exigir a votação nominal de matérias em qualquer momento das sessões. No final de junho, deu início à sua campanha ao governo de Alagoas, acusando Bulhões de oferecer dinheiro a deputados estaduais na tentativa de granjear apoios. Apesar da adesão de ministros de Estado em pronunciamentos veiculados na TV, as pesquisas eleitorais indicaram a ascensão de Bulhões. Surpreso, Renan criticou a participação do então governador de Alagoas, Moacir Lopes de Andrade, na campanha do seu adversário.
  • Em outubro de 1990, assim que as primeiras urnas foram apuradas apontando a vantagem de Geraldo Bulhões, Calheiros acusou-o de fraudar a eleição, conflitando diretamente com o Palácio do Planalto, já que o tesoureiro da campanha do PRN fora o empresário, advogado e amigo pessoal de Collor, Paulo César Farias, que havia desempenhado idêntica função na campanha presidencial de 1989. Em meados de novembro, inconformado com o silêncio do presidente em face das acusações de fraude eleitoral, rompeu com ele, acusando-o de traição. Derrotado no primeiro e no segundo turnos, Renan Calheiros anunciou que se retiraria do PRN. Deixou a Câmara dos Deputados ao término da legislatura, em janeiro de 1991.

José Renan Vasconcelos Calheiros (PMDB) de Alagoas

Do impeachment à eleição de FHC:
  • Instaurada a grave crise política que se desencadeou a partir da divulgação das denúncias do empresário Pedro Collor, irmão de Fernando Collor, sobre a existência de um grande esquema de corrupção no governo, envolvendo o próprio presidente e Paulo César Farias, em maio de 1992, Renan Calheiros acusou PC de comandar um "governo paralelo". 
No mês seguinte, afirmou que Collor tinha conhecimento do esquema, e pediu o impeachment do presidente. Instalada a comissão parlamentar de inquérito que investigou as atividades de P.C. Farias, Calheiros prestou depoimento, confirmando as suas acusações e denunciando a existência de um "alto comando" da corrupção, sediado no Planalto, integrado pelo ministro-chefe do Gabinete Militar, Agenor Homem de Carvalho, pelo ex-secretário de Assuntos Estratégicos, Pedro Paulo Leoni Ramos, e pelo ex-secretário da presidência da República, Cláudio Vieira.
  • Segundo Renan Calheiros, uma das formas de atuação desse esquema era a centralização das nomeações para cargos no governo, todas elas submetidas a uma comissão informal presidida por PC. A primeira-dama, Rosane Collor, então presidente da Legião Brasileira de Assistência (LBA), teria enviado 250 mil cestas básicas a Alagoas, a fim de influenciar o eleitorado a votar em Geraldo Bulhões nas eleições de 1990. Collor chegara mesmo a cogitar a nomeação de sua mulher para o Ministério da Ação Social, e era Paulo César Farias quem pagava os extratos de cartão de crédito de Rosane. Representantes do governo na CPI rebateram tais afirmações, acusando-o de usar em suas campanhas eleitorais, também, verbas fornecidas por Paulo César Farias. Acusado de calúnia, injúria e difamação por Collor, Calheiros compareceu ao Departamento de Polícia Federal e apresentou como peça de sua defesa o relatório final da mesma comissão, que responsabilizava o presidente por ter sido omisso na apuração de tráfico de influência no seu governo.
Na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, foi aprovada a abertura do processo de impeachment de Collor. Afastado da presidência, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, horas antes da conclusão do processo pelo Senado Federal, que decidiu pelo seu impedimento. Foi então efetivado na presidência da República o vice de Collor, Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.
  • Em outubro de 1992, Renan Calheiros voltou à cidade natal para fazer a campanha do pai, Olavo Calheiros, candidato à prefeitura de Murici pela legenda do PMDB. Na ocasião, ele denunciou a prática do voto-carbono, artifício utilizado por Glauber Tenório, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), apoiado por Paulo César Farias, também natural de Murici, através do qual os eleitores comprovavam o seu voto mediante a impressão em papel-carbono da cédula eleitoral.
Vice-presidente executivo da Petrobras Química S.A. (Petroquisa) (de 1993 a 1994), Renan Calheiros firmou o compromisso de evitar a criação de oligopólios e criticou a privatização da empresa, do grupo da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras.

Senador:
Primeiro mandato (1995–2003)
  • Em outubro de 1994, Renan Calheiros elegeu-se senador com 235.332 votos, assumindo o mandato em fevereiro de 1995.
Em abril de 1995, coordenou o grupo de trabalho de Reforma e Modernização do Senado Federal, constatando os imensos gastos do Congresso brasileiro - 1,5 bilhão de dólares anuais para 10 mil funcionários, contra os dois bilhões de dólares e 32 mil funcionários do Congresso americano. Diante disso, declarou que pretendia acabar com o "desperdício e a inércia administrativa". Nomeado segundo-secretário do Senado (de 1995 a 1997), presidiu, a partir de julho de 1995, a Comissão Representativa do Congresso, e desde outubro, a Comissão Mista de Planos, 
  • Orçamento Público e Fiscalização, que examinou a proposta de Orçamento de 1996 e formulou a denúncia de manipulação das verbas orçamentárias por um grupo de deputados que ficou conhecido como "anões do orçamento". Ao longo dos trabalhos, Calheiros foi encarregado de escolher os relatores que investigariam as contas do governo Collor.
Presidente da Comissão de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (1995) e presidente nacional da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (1995-1996), em março de 1996, foi indicado para integrar a chamada "CPI dos Bancos", criada para apurar irregularidades no sistema financeiro, em especial com respeito à atuação do Banco Central. Instaurada com o apoio do grupo liderado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB), do qual fazia parte, e contra a vontade da bancada de apoio ao presidente Fernando Henrique Cardoso, nem chegou a iniciar seus trabalhos.
  • Em junho de 1997, juntamente com os senadores alagoanos Teotônio Vilela Filho (PSDB) e Guilherme Palmeira, do extinto Partido da Frente Liberal (PFL), Renan Calheiros atuou nas negociações entre o governo federal e o governo de Alagoas, com vistas ao encaminhamento de soluções para a crise financeira e a rolagem de dívida estadual, e que levaram à renúncia do governador Divaldo Suruagi, substituído pelo vice, Manuel Gomes de Barros (PTB), e à reforma de todo o secretariado estadual.
Em agosto, Calheiros foi designado relator da emenda constitucional que prorrogou o Fundo de Estabilização Fiscal (FEF) até dezembro de 1999. O FEF deu ao governo poderes para gastar até 20% das receitas orçamentárias antes vinculadas às áreas de saúde e de educação, sendo considerado vital, pelo governo, para o equilíbrio das contas públicas. Renan condicionou a rápida aprovação do FEF a mudanças na chamada Lei Kandir - que isentara exportações e investimentos do recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - como compensação pelas perdas sofridas pelos estados e municípios - e à ampliação do número de municípios atendidos pelo Programa Comunidade Solidária.
  • Em meados do mesmo ano, votou a favor da emenda constitucional que previa a reeleição de presidente da República, governadores e prefeitos sem desincompatibilização, e pelo aumento do imposto de renda, o fim da aposentadoria especial dos magistrados, a destinação de verbas públicas para custear campanhas eleitorais, a reforma da previdência social e a prorrogação do FEF.
Exerceu os cargos de presidente do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) e do Conselho Nacional de Segurança Pública (CONASP). Em 2002 foi um dos mentores do Estatuto do Desarmamento.

Ministro da Justiça (1998 - 1999):
  • Titular das comissões de Constituição e Justiça, de Infra-Estrutura, de Educação e de Assuntos Sociais do Senado Federal (de 1997 a 1998), com a reforma ministerial implementada por Fernando Henrique Cardoso, Renan Calheiros foi indicado pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para ocupar o Ministério da Justiça do governo FHC, em substituição a Iris Rezende, que se desincompatibilizara para concorrer ao governo do estado de Goiás. Apesar das resistências ao seu nome, uma vez ter sido ele líder do ex-presidente Fernando Collor, a indicação foi mantida e Renan tomou posse em 7 de abril de 1998.
Em 9 de abril de 1998, após assumir o ministério, ele e o então ministro da Reforma Agrária, Raul Jungmann, anunciaram no Sul do Pará um pacote de medidas para tentar combater a violência na região, principalmente em relação as questões agrárias. O pacote foi batizado de "Plano de Ação Conjunta para a Redução da Violência e da Impunidade".
  • Os conflitos envolvendo a disputa pela posse de terra e entre entidades de trabalhadores rurais e fazendeiros caracterizaram um dos principais alvos da ação do então ministro Calheiros. Em maio de 1998, Renan anunciou a instauração, pela Polícia Federal, de três inquéritos criminais contra nove líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) por incitação, apoio à organização e participação em saques em cidades atingidas pela seca, no Nordeste. 
No mesmo mês, determinou a abertura de inquérito com pedido de prisão preventiva contra o presidente da Associação Nacional de Produtores Rurais, Narciso Clara, acusado de usar o programa Conexão Rural, da TV Eldorado, do Pará, para conclamar os fazendeiros da região a formar milícias armadas e a reagir com violência às invasões de suas propriedades.
  • O assassinato do delegado corregedor de São Paulo, Alcioni Serafim Santana, que apurava o envolvimento de policiais no contrabando e no narcotráfico, deu início a uma séria crise entre o então Procurador-Geral da República, Geraldo Brindeiro, e a Polícia Federal, instituição sob a jurisdição do Ministério da Justiça. Pressionado por Brindeiro, que denunciou as ameaças de morte feitas a procuradores do Rio de Janeiro e de São Paulo, e pelo próprio presidente da República, Renan Calheiros anunciou a criação de uma comissão especial responsável pela apuração de irregularidades na Polícia Federal.
Em julho de 1998, Calheiros publicou um dossiê preparado pelo Ministério Público com nomes de 147 integrantes da Polícia Federal contra os quais existiam processos criminais e administrativos. A lista incluía dois superintendentes estaduais e um subdiretor, e foi analisada por comissão nomeada pelo ministro para afastar policiais envolvidos em falcatruas. 
  • Na mesma ocasião, o governo editou medida provisória para poder afastar, antes da decisão judicial, os elementos envolvidos. No confronto do dossiê, divulgado por Calheiros, com as informações da corregedoria da Polícia Federal, responsável por inquéritos internos, a comissão descobriu que muitos policiais citados no dossiê já haviam sido demitidos. Foram excluídos da lista, também, aqueles que continuavam no cargo por decisão judicial. Com isso, apenas quatro policiais poderiam ser enquadrados de imediato na MP e afastados.
Durante a sua gestão no Ministério da Justiça, Calheiros atuou ainda nas áreas de defesa do consumidor e direito econômico, tomando iniciativas para coibir a agiotagem praticada por pessoas físicas e empresas, e promover a anulação ou revisão de cláusulas dos contratos das administradoras de cartão de crédito, consideradas abusivas.
  • No mesmo mês, desempenhou as funções de vice-presidente da XI Conferência dos Ministros da Justiça dos Países Ibero-Americanos, realizada em Lisboa, e no mês de novembro presidiu o encontro dos ministros do Interior do Mercosul, Bolívia e Chile, em Brasília.
Mantido na pasta da Justiça pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ao iniciar seu segundo mandato presidencial em 1 de janeiro de 1999, Renan Calheiros deixou o cargo em julho, sendo substituído pelo advogado criminalista José Carlos Dias, reassumindo sua cadeira no Senado Federal.
Segundo mandato (2003–2007):
  • Reeleito senador em 2002, Calheiros e o PMDB decidiram apoiar o recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva. José Sarney foi eleito presidente do senado federal neste ano, e ocupou o cargo até 2005, quando Calheiros assumiu a cadeira, que ocupou até dezembro de 2007, tendo sido reeleito em fevereiro do mesmo ano.
Terceiro mandato (2011–atualidade)
  • Nas eleições parlamentares de 2010, Renan Calheiros foi reeleito senador pelo estado de Alagoas.
Presidência do Senado:
Em 1º de fevereiro de 2013, foi eleito presidente do Senado para o biênio 2013–2014 com 56 votos.
  • Em março de 2013, foi responsável pelo corte de cerca de R$ 300 milhões de despesas do Senado, com medidas como a extinção de órgãos e funções, a redução dos contratos com empresas terceirizadas e o intercâmbio de servidores com outros órgãos da administração pública.
Em abril de 2013, apoiou a aprovação da PEC das Domésticas, emenda constitucional promulgada pelo Congresso Nacional, que trouxe mais garantias aos empregados domésticos.
  • Em 24 de maio de 2013, assumiu interinamente a presidência do país, devido a viagens realizadas pelos primeiros na linha sucessória.
Em 27 de novembro de 2016, concedeu uma entrevista coletiva com o presidente da República Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, e anunciaram que não patrocinarão anistia ao caixa 2, uma emenda debatida por deputados na Câmara, que visava anistiar crimes de corrupção.
  • Em 29 de novembro de 2016, afirmou em um evento organizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que o sistema político brasileiro está "caquético", "falido", "fedido" e provoca "a eterna desconfiança da sociedade", defendendo a aprovação, por parte do Congresso Nacional, de uma reforma para modificar as regras políticas e eleitorais do país.
Afastamento:
  • Em 5 de dezembro de 2016, Renan foi afastado do cargo de Presidente do Senado Federal do Brasil, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello.
A decisão mantém o mandato do senador. A liminar do ministro Marco Aurélio atende a ação movida pelo partido Rede Sustentabilidade. O argumento do ministro é o de que Renan não poderia permanecer na linha de substituição do presidente da República sendo réu em processo criminal.
  • Dois dias depois, o STF derrubou a liminar do ministro Marco Aurélio. Dos nove ministros que julgaram o caso, seis votaram a favor da permanência de Renan na presidência do Senado. Contudo, o senador continua impedido de assumir a Presidência da República, em caso de ausência do titular.
Suspeitas de corrupção:
O escândalo de Renangate:
  • Um conjunto de denúncias de corrupção atingindo Renan Calheiros ocupou as manchetes da imprensa brasileira em 2007. O caso foi chamado de Renangate,neologismo aludindo ao escândalo do Watergate e outros que usaram a mesma terminação -gate. A crise começou em 25 de maio, com a circulação da notícia sobre o pagamento da empresa Mendes Júnior à ex-amante de Renan, e perdurou até 11 de novembro, quando ele renunciou à Presidência do Senado.

As denúncias começaram com a revelação, em reportagem de capa da revista Veja, de que a empreiteira Mendes Júnior pagava 12 mil reais por mês à jornalista Mônica Veloso. Segundo a revista, Mônica havia sido amante de Renan e tivera um filho com ele. A partir de então, uma sequência de denúncias na mídia relatou: a compra de rádios em Alagoas, em sociedade com João Lyra, em nome de laranjas; o ganho com tráfico de influência, junto à empresa Schincariol, na compra de uma fábrica de refrigerantes, com recompensa milionária; o uso de notas fiscais frias, em nome de empresas fantasmas, para comprovar seus rendimentos; a montagem de um esquema de desvio de dinheiro público em ministérios comandados pelo PMDB; e a montagem de um esquema de espionagem contra senadores da oposição ao governo Lula. 
  • Ao todo, houve seis representações no Conselho de Ética do Senado do Brasil, por seus pares, pedindo a cassação de Renan. Sob pressão do público, Renan desistiu da presidência, embora sem abandonar o mandato. O senador foi absolvido de todas as acusações (quebra de decoro parlamentar, ter despesas pagas por lobistas de empreiteiras e de ter praticado tráfico de influências) e as denúncias e processos foram arquivados.
Durante o período, analistas políticos se acusaram mutuamente. Alguns, de manipular o público em prol dos partidos de oposição, PSDB e DEM; outros, de defender o Governo, de cuja base de apoio Renan faz parte.
  • Em 19 de fevereiro de 2016, O Supremo Tribunal Federal (STF) recebe um novo pedido de investigação contra Renan Calheiros. O caso tramita em segredo de justiça e teve relação com a denúncia, feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), existente na Corte sobre suposto recebimento de propina, para pagamento de despesas pessoais do parlamentar, da construtora Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira. 
O novo procedimento de investigação encaminhado ao STF, desta vez, apura as práticas dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A suspeita é de fraude contábil e tributária. A apuração será examinada pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator do caso na Corte, mas que já tem quase 2 mil páginas existentes com base em uma "notícia de fato" sobre o caso. A PGR quer investigar uma movimentação financeira de 5,7 milhões de reais ligada ao presidente do Senado supostamente incompatível com a renda do parlamentar.

Réu por peculato:
  • Em 1º de dezembro de 2016, oito dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal aceitaram a denúncia e Renan Calheiros virou réu em um ação penal pelo crime de peculato. A denúncia contra Renan surgiu em 2007, em caso revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo. Renan foi acusado de ter recebido propina de um lobista da empreiteira Mendes Júnior para apresentar emendas parlamentares que favorecessem a empresa. O dinheiro recebido seria utilizado para pagar as despesas da jornalista Mônica Veloso, ex-amante do senador, com quem ele teve uma filha fora do casamento.
No mesmo dia, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Claudio Lamachia, defendeu o afastamento imediato do presidente do Senado, após ter virado réu por peculato. Em comunicado, Lamachia diz que "não se trata aqui de fazer juízo de valor quanto à culpabilidade do senador Renan Calheiros, uma vez que o processo que o investiga não está concluído". Para o presidente da OAB, o pedido de afastamento de Renan Calheiros “trata-se de zelo pelas instituições da República”. Além da OAB, outras entidades como a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação de Magistrados do Brasil (AMB) defendem o afastamento do senador para não comprometer o funcionamento do Congresso Nacional.

Operação Lava Jato:
  • Durante as investigações do mega escândalo de corrupção da Petrobras, pela Operação Lava Jato, Renan foi citado pelo ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, que aderiu à delação premiada. Paulo Roberto Costa contou à Justiça, no Paraná, que o peemedebista é um dos beneficiados pelo esquema. Paulo Roberto declarou que “os pagamentos” repassados feito ao senador “excederam o teto da cota repassada ao PT, PMDB e PP”, partidos que indicavam os diretores da empresa. Ele frisou que a propina superou os 3% para que “fosse incluído um valor para Renan”.
No início de 2015, o engenheiro Shinko Nakandakari – operador de propina em nome da Galvão Engenharia – como o doleiro Alberto Youssef afirmaram em suas delações que houve pagamento de propina nas contratações da obra de Refinaria Premium I, em Bacabeira, no Maranhão. De acordo com Youssef a licitação da terraplanagem ocorreu entre 2010 e 2011 “sendo acertado que as vencedoras seriam a Galvão Engenharia, Serveng e Fidens”. Ele afirmou que “ficava sabendo antecipadamente” o nome das empresas que ganhariam as licitações.
  • Em dezembro de 2015, o ministro do STF, Teori Zavascki, autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Renan Calheiros suspeito de envolvimento em fraudes na contratação do consórcio Estaleiro Rio Tietê pela Transpetro em 2010. Em 2 de junho de 2016, foi divulgado por autorização do STF os depoimentos da delação premiada de Nestor Cerveró na Lava Jato. Cerveró afirmou que, em 2012, o senador Renan Calheiros o chamou em seu gabinete no Senado para reclamar da 'falta de propina'.
Em dezembro de 2016, Renan foi citado em delação de um ex-funcionário da Construtora Odebrecht, Claudio Melo Filho. Segundo Claudio, Romero Jucá se aliou Renan foi para defender abertamente os interesses do grupo Odebrecht. Em 2014 para aprovar a Medida provisória 651, de 2014, que ficou conhecida como “pacote de bondades”, Jucá atuou sem ser sequer acionado pela empreiteira. 
  • Agiu movido pela “certeza de que receberia pagamentos a pretexto de contribuição de campanha”. Com base nessa convicção, logo que a MP 651 começou a tramitar, Jucá apresentou quatro emendas de interesse da empresa e atuou junto ao governo para que o texto, quando chegasse ao Palácio do Planalto, não fosse vetado.
Pedido de prisão:
  • Em 7 de junho de 2016, foi divulgado pela imprensa que o Procurador-Geral da República pediu a prisão de Renan Calheiros, juntamente com a do senador Romero Jucá e do ex-presidente José Sarney. De acordo com o PGR, eles tentaram mudar a decisão do Supremo que prevê a prisão de condenados a partir da segunda instância e que planejaram mudar a lei, para permitir delação premiada apenas para pessoas em liberdade, e não para presos investigados e também para pressionaram para que acordos de leniência das empresas pudessem esvaziar as investigações.
Operação Zelotes:
  • Em final de abril de 2016, a relatora da Operação Zelotes, ministra Cármen Lúcia do Supremo Tribunal Federal, abriu inquérito para apurar suposto envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do senador Romero Jucá, com a venda de emendas a medidas provisórias relacionadas ao setor automotivo editadas pelo governo federal. Renan e Jucá já são investigados em outros inquéritos da Operação Lava Jato por envolvimento com fraudes na Petrobras. É o 12º inquérito que Renan responde no STF, sendo nove na Lava Jato.
Alvo de manifestações:
Fevereiro de 2013:
  • Em 18 de fevereiro de 2013, a ONG Rio de Paz, fez uma manifestação no Corcovado, Rio de Janeiro, com um cartaz que representava 1,5 milhão de assinaturas que pedia o impeachment de Renan Calheiros. Em 20 fevereiro, o movimento "forarenan", de movimentos anticorrupção, entregou oficialmente aos senadores uma petição popular com 1.6 milhão de assinaturas. O fundador da ONG Rio de Paz, idealizadora do movimento, Antônio Carlos Costa disse que o Senado precisa ouvir o apelo de mais de 1 milhão de brasileiros. "Se esse grito não ecoar, que tipo de manifestação o Congresso quer que ocorra? Isso sinaliza o novo momento que vivemos em nossa democracia", afirmou Antônio.
Junho de 2013
  • Nas manifestações de junho de 2013, Renan Calheiros, foi um dos alvos dos manifestantes, que já haviam entregue ao Senado quatro meses antes um abaixo assinado com 1,6 milhão de assinaturas.
16 de agosto de 2015
  • Em 16 de agosto de 2015, Renan Calheiros, foi um dos alvos das manifestações contrárias ao governo
Março e dezembro de 2016
Em 13 março de 2016, o senador foi alvo de manifestações em Maceió. Em 4 de dezembro de 2016, Renan Calheiros foi um dos principais alvos dos manifestantes que pediam sua saída da presidência do Senado Renan Calheiros divulgou uma nota no mesmo dia afirmando que as manifestações foram legítimas. "O presidente do Senado, Renan Calheiros, entende que as manifestações são legítimas e, dentro da ordem, devem ser respeitadas", diz o texto divulgado pelo senador. O peemedebista disse, ainda, que o Senado está "sensível às demandas sociais".

Controvérsias:
Operação Métis:
  • Em 24 de outubro de 2016, diante da prisão de quatro policiais do legislativo, pela operação da Polícia Federal, batizada Operação Métis, Renan Calheiros disse que a tentativa de embaraçar investigações é “uma fantasia”, chamou magistrado que autorizou a operação, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, de “juizeco” e afirmou que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB), dá “bom dia a cavalo”. 
Nas palavras de Calheiros, “Um ‘juizeco’ de primeira instância não pode a qualquer momento atentar contra o poder. É lamentável que isso aconteça em um espetáculo com a participação de um ministro do governo [Moraes], que não tem se comportado como ministro e sim como polícia”, disse Calheiros de maneira irritada. E completou: “Lamento que um ministro de Estado tenha se portado sempre como não devia: dando bom dia a cavalo”. No mesmo dia, em uma entrevista coletiva, Renan chegou a dizer que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, se comporta "no máximo", como um "chefete de polícia".
  • Em reação as declarações de ataque de Renan Calheiros, ainda no mesmo dia, duas das maiores entidades magistratura nacional, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), divulgaram nota em que repudiam as declarações feitas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre a prisão de policiais legislativos a ele subordinados. Sob acusação de atrapalhar a Operação Lava Jato, quatro agentes, entre eles o chefe da polícia institucional, Pedro Ricardo Araújo, foram detidos pela Polícia Federal e indiciados por crimes como associação criminosa armada e corrupção.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Ajufe ainda destacaram que nenhuma autoridade com foro privilegiado foi alvo da Operação Métis, portanto, o juiz natural do processo seria Vallisney Oliveira.
  • Em 25 de outubro de 2016, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia, entrou em defesa do juiz federal e pediu respeito ao Judiciário por parte do Legislativo e Executivo. Ao abrir a sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra disse que os poderes devem buscar a "harmonia" em benefício do cidadão.
Urgência para votar modificações nas 10 medidas:
  • Em 30 de novembro de 2016, Renan Calheiros colocou em votação um requerimento de urgência para que o projeto sobre corrupção, das 10 Medidas contra corrupção, modificado e aprovado na madrugada do mesmo dia pela Câmara, fosse votado pelos senadores ainda na noite do dia 30, porém não conseguiu. No painel eletrônico, 44 senadores votaram contra a urgência e 14 a favor.Com a rejeição do requerimento, o projeto anticorrupção foi encaminhado para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde deverá ser debatido antes de ser votado pelo plenário. O senador Cristovam Buarque afirmou que Renan “estava cometendo um abuso de autoridade para combater o abuso de autoridade”. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) também se posicionou contra. Ele argumentou que o projeto tinha sido aprovado na madrugada e ainda não era de conhecimento dos senadores. 
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (DEM), disse que o presidente do Senado estava mudando o regimento da Casa para de forma “açodada” votar um projeto de autoria do Ministério Público, avalizado pela população, mas que foi “desfigurado” pela Câmara dos Deputados. Renan também foi criticado por Randolfe Rodrigues, do REDE. "No momento em que existe um ambiente de combate à corrupção no País, nós pensamos em dispositivos que na prática inibirão a atuação da principal instituição que faz o combate, que é o Ministério Público [...]. É anacrônico", afirmou Randolfe. 
  • A manobra de Renan Calheiros, criticada por seus pares, foi vista por juristas e pela sociedade como uma tentativa contra a Operação Lava Jato. O coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol, chamou a nova medida aprovada na Câmara, da qual Renan Calheiros tentou votar em urgência como "lei da intimidação".
Foro privilegiado
  • Em 30 de novembro de 2016, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou a PEC10/2013 de autoria do senador Álvaro Dias (PV) que acaba com o foro privilegiado de todas as autoridades do País, benefício que atualmente atende a aproximadamente 22 mil pessoas, de acordo com o relator da PEC, Randolfe Rodrigues (REDE). Calheiros é o responsável pela pauta da PEC, no plenário do Senado, que será decidido em dois turnos. 
Embora Renan Calheiros diz publicamente ser a favor do fim do foro, não demonstrou intenção em levá-la para votação, que segundo o jornal Folha de S.Paulo, neste momento, se aprovado, poderia prejudica-lo, em razão do inquéritos em que é investigado no Supremo Tribunal Federal. Ao lugar disto, tentou em caráter de urgência levar ao plenário a proposta para abuso de autoridade de procuradores e juízes, incluído no mesmo dia, pela Câmara dos Deputados no projeto das 10 Medidas contra a corrupção.

José Renan Vasconcelos Calheiros (PMDB) de Alagoas

Fernando Collor de Mello sabem quem é ...


  • Fernando Affonso Collor de Mello (Rio de Janeiro,  12 de agosto de 1949) é um político, jornalista, economista, empresário e escritor brasileiro. Foi prefeito de Maceió de 1979 a 1982, deputado federal de 1982 a 1986, governador de Alagoas de 1987 a 1989 e o 32º presidente do Brasil, de 1990 a 1992. Renunciou à presidência da República em 29 de dezembro de 1992, horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade, perdendo os direitos políticos por oito anos. Posteriormente, voltou às disputas eleitorais e, desde 2007, é senador por Alagoas.
Foi o presidente mais jovem da história do Brasil, eleito aos quarenta anos de idade, o primeiro presidente eleito por voto direto do povo, após o Regime Militar (1964/1985) e o primeiro deposto por um processo de impeachment no país. Sucedeu o presidente José Sarney, nas eleições de 1989. Antes destas eleições, a última vez que o povo brasileiro elegeu um presidente pelo voto direto, foi em 1960, com a eleição de Jânio Quadros.
  • Seu governo foi marcado pela implementação do Plano Collor e a abertura do mercado nacional às importações e pelo início de um programa nacional de desestatização. Seu Plano, que no início teve uma boa aceitação, acabou por aprofundar a recessão econômica, corroborada pela extinção, em 1990, de mais de 920 mil postos de trabalho e uma inflação na casa dos 1200% ao ano; junto a isso, denúncias de corrupção política envolvendo o tesoureiro de Collor, Paulo César Farias, feitas por Pedro Collor de Mello, irmão de Fernando Collor, culminaram com um processo de impugnação de mandato (Impeachment). O processo, antes de aprovado, fez com que o presidente renunciasse ao cargo em 29 de dezembro de 1992, deixando-o para seu vice Itamar Franco. Collor ficou inelegível durante oito anos.
Biografia:
  • Filho de Leda Collor e de Arnon Afonso de Farias Mello (1911-1983), deputado federal em 1950 e governador de Alagoas de 1951 a 1956. Após deixar o governo do estado, foi eleito senador por três mandatos consecutivos (1962, 1970 e 1978). Em 1963, no prédio do Senado Federal, Arnon de Melo matou seu colega José Kairala quando tentava disparar à queima roupa em Silvestre Péricles de Góis Monteiro, que supostamente também estava armado. Arnon de Melo não foi jamais formalmente acusado pelo homicídio.
Seu irmão, o empresário Pedro Affonso Collor de Mello (1952-1994) é o coautor do livro Passando a limpo - A trajetória de um farsante, que retrata os bastidores do governo de Fernando Collor de Mello.
  • O avô materno, Lindolfo Collor (1890-1942), foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul nos anos de 1923 e 1927, tornando-se um dos líderes da Revolução de 1930 e sendo nomeado por Getúlio Vargas o primeiro titular do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, do qual se afastou em 1932 ao romper com o presidente, tendo participado da Revolução Constitucionalista daquele ano. É primo do Ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, a quem indicou ao cargo em 1990. Sua prima, Zélia Cardoso de Mello, foi ministra da Fazenda entre 1990 e 1991.
Educação:
  • Collor nasceu na cidade do Rio de Janeiro, mas viveu a infância e juventude entre as cidades de Maceió, Rio de Janeiro e Brasília em razão da carreira política do pai. Concluiu seus estudos secundários na nova capital federal e bacharelou-se em ciências econômicas em 1972 na Universidade Federal de Alagoas. Antes de voltar ao Nordeste foi estagiário no Jornal do Brasil e corretor de valores.
Retornou a Maceió em 1972 para dirigir o jornal Gazeta de Alagoas; no ano seguinte tornou-se superintendente da Organização Arnon de Mello, complexo de comunicação de propriedade da família. Assumiu a presidência do CSA e contratou Luiz Felipe Scolari como treinador da equipe que se sagrou campeã estadual em 1982, naquela que foi a primeira experiência do gaúcho como técnico de futebol.

Vida pessoal e familiar:
  • Em 1975, Fernando Collor casou-se com Celi Elizabeth Júlia Monteiro de Carvalho, também conhecida como Lilibeth Monteiro de Carvalho, filha de Joaquim Monteiro de Carvalho e herdeira do Grupo Monteiro Aranha, com quem teve dois filhos: Arnon Afonso de Melo Neto (nascido em 1976) e Joaquim Pedro Monteiro de Carvalho Collor de Mello (nascido em 1978).
Em 1980 teve um filho com a ex-amante Jucineide Brás da Silva, Fernando, que se tornou vereador de Rio Largo, município da Região Metropolitana de Maceió.
  • Casou-se pela segunda vez em 1984 com Rosane Brandão Malta, filha de políticos alagoanos. Rosane foi a primeira-dama brasileira enquanto o então marido estava no poder. Eles não tiveram filhos. No início de 2006, Collor casou-se com a jovem arquiteta alagoana Caroline Medeiros, com quem teve duas filhas gêmeas, Cecile e Celine.

Pedro Collor de Mello

Casa da Dinda:
  • Anteriormente chamada de Casa Pirangi, quando o ex-governador do Rio Grande do Norte Sílvio Pizza Pedrosa passou a exercer o cargo de subchefe da Casa Civil nos governos Juscelino Kubitschek e João Goulart, construindo a residência no setor de mansões do Lago Norte, a mansão foi comprada por Arnon Afonso de Farias Melo, em 1964.A mansão da família Collor de Mello em Brasília, foi a escolha do então eleito presidente Fernando Collor de Mello como moradia oficial na sua passagem pela Presidência da República. Fica localizada, mais precisamente, na Quadra 10, Conj. 1, Casa 1, Setor de Mansões do Lago Norte, Brasília (DF).
Recebeu então o novo nome, Casa da Dinda, em homenagem à avó de dona Leda Collor, mãe do ex-presidente e esposa de Arnon, então senador.
  • Fernando Collor escolheu a mansão como opção contra as residências funcionais, o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto, que em sua concepção eram "escolha de marajás". Imediatamente se tornou rota dos grupos turísticos e escolares, que compareciam aos montes nos domingos, esperando-o deixar a mansão para fazer sua tradicional caminhada de 30 minutos.
Carreira política
Fernando Collor iniciou a carreira política na ARENA e foi declarado prefeito de Maceió em 1979 pelo então governador Guilherme Palmeira, cargo ao qual renunciou em 1982, ano em que foi eleito deputado federal pelo PDS.
  • Votou a favor das Diretas Já em 25 de abril de 1984 e com a derrota dessa proposição, votou em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985 para a eleição presidencial brasileira de 1985.
Filiou-se posteriormente ao PMDB e foi eleito governador de Alagoas em 1986, na esteira do sucesso do Plano Cruzado, quando os candidatos apoiados pelo então presidente José Sarney venceram em 22 dos 23 estados do Brasil, derrotando o candidato do PFL, o senador Guilherme Palmeira, o homem que anos antes abrira as portas da carreira política.

"Caçador de Marajás"
  • Durante a gestão empreendeu estrategicamente um combate a alguns funcionários públicos que recebiam salários altos e desproporcionais. Com vistas a angariar apoios na campanha presidencial que estava por vir, a imprensa o tornou conhecido nacionalmente como "Caçador de Marajás". Orientado por profissionais de marketing, anunciou com estardalhaço a cobrança de 140 milhões de dólares dos usineiros do estado para com o Banco do Estado de Alagoas, havendo diversas repercussões positivas na imprensa. 
Entre uma disputa e outra teve o mandato ameaçado ora por uma ameaça de intervenção federal no estado (fruto da recusa em pagar os altos salários aos "marajás" após a vitória destes em julgamento do Supremo Tribunal Federal), ora por um pedido de impeachment devido ao programa de enxugamento da máquina administrativa alagoana, feito à base de demissões de funcionários públicos e extinção de cargos, órgãos e empresas públicas.


Campanha presidencial:
  • Graças a essa postura de "guardião da moral", Collor fez uso de uma elaborada estratégia de marketing focada nos temas que mais preocupavam a população. Segundo os jornalistas Mário Sérgio Conti e Cláudio Humberto Rosa e Silva, o discurso reproduzia o que diziam os institutos de pesquisa variando conforme a necessidade momentânea, fosse o combate à corrupção ou a vertiginosa taxa de inflação, por exemplo.
Em 21 de outubro de 1987 foi o único dos governadores peemedebistas a defender um mandato de quatro anos para o então presidente José Sarney, o que anteciparia as eleições para o ano seguinte, e dentro desse contexto sua intenção de disputar o cargo passou de simples cogitação à intenção real. Movimentou-se junto ao PMDB apresentando-se ora como candidato à vice-presidência numa chapa encabeçada pelo senador Mário Covas, ora tencionando a indicação do partido, mesmo que isso significasse enfrentar o vetusto deputado federal Ulysses Guimarães. Em 1988 deu uma entrevista para a Rádio JB afirmando ainda não ser candidato.
  • Fiel a sua estratégia rumo ao Palácio do Planalto, elegeu o governo Sarney como responsável por todas as mazelas e descalabros político-administrativos que assolavam o país naquele momento, postura que o levaria a deixar o partido e a ingressar no PRN, sucessor do Partido da Juventude (PJ), e que o levou a apresentar-se como candidato ao eleitorado brasileiro em 1989, através de uma série bem elaborada de programas de televisão, renunciando ao governo alagoano e escolhendo como seu Vice-presidente na chapa, o senador mineiro Itamar Franco. Desde então, passou à condição de alternativa conservadora às eleições daquele ano, cujo panorama apontava dois nomes de esquerda como os preferidos do eleitorado: Leonel Brizola e Lula.
O papel da televisão em sua campanha:
  • O sucesso eleitoral de Collor se deve em grande parte à elaborada estratégia de marketing e ao fundamental papel da televisão. Alguns comentaristas argumentam que a vitória de Collor nas urnas não seria possível sem a interferência da Rede Globo, com destaque para uma edição do principal debate entre Collor e Lula, veiculado no Jornal Nacional, cuja edição beneficiou Collor. A influência da TV Globo nas eleições de 1989 foi tema do documentário "Beyond Citizen Kane" (Muito Além do Cidadão Kane), produzido por Simon Hartog, em 1993 e tratada na biografia do jornalista Roberto Marinho, escrita por Pedro Bial, em que o autor relata que o patriarca das Organizações Globo fixou-se inicialmente em Jânio Quadros como o candidato a presidente. 
Contudo, como o veterano político sul-mato-grossense radicado no estado de São Paulo vivia o ocaso de sua carreira política, Marinho fez nova opção pelo então governador paulista Orestes Quércia, considerado um nome mais palatável que os de Covas e de Ulysses Guimarães. Entretanto, como as articulações em torno de Quércia malograram, e tanto Covas quanto Guimarães lançaram suas candidaturas em um cenário já favorável a Lula (uma ameaça socialista aos interesses da sociedade) e Brizola (rejeitado por Marinho devido a possibilidade de revogar sua concessão de TV caso eleito), a alternativa de Marinho foi apoiar Fernando Collor – opção que, com o concurso de funcionários do canal, teria resultado na edição tendenciosa do último debate presidencial na TV Globo, de acordo com o Diretor de Jornalismo à época, Armando Nogueira, embora a emissora e o próprio Collor neguem que tenha havido má-fé no caso.


Eleição presidencial de 1989:
  • Renunciou ao governo do estado de Alagoas em 14 de maio de 1989, transferindo o cargo a Moacir Andrade. Em seguida, iniciou as articulações para a formação de uma chapa viável de modo a compensar a debilidade de sua origem política em um dos menores estados da federação e, nesse contexto, fixou-se na escolha de um candidato a vice-presidente oriundo do segundo maior colégio eleitoral do país, o estado de Minas Gerais, escolha que recaiu sobre o senador Itamar Franco após as recusas de políticos como Hélio Garcia e Júnia Marise.
Discreto ao longo de toda a campanha, seu candidato a vice-presidente ameaçaria renunciar à candidatura por mais de uma vez mesmo após a sanção da chapa na convenção nacional do PRN, fato que não chegou a ocorrer. Durante a campanha, cerrou seu discurso no combate à corrupção e aos altos índices de inflação, apontando ainda o governo Sarney como inepto e chegando a classificar o então presidente como alguém "corrupto, incompetente e safado", o que lhe custou um direito de resposta no horário eleitoral e um processo por calúnia, injúria e difamação, mas nada que impedisse sua ascensão ao primeiro lugar nas pesquisas de opinião, embora Fernando Collor não tenha comparecido a nenhum debate promovido pelos meios de comunicação durante o primeiro turno da eleição.
  • Sua performance, começando com 5% das intenções de voto em pesquisas no início do ano, cresceu exponencialmente conforme as eleições se aproximavam, confirmando a viabilidade de sua candidatura, o que o credenciou a receber o apoio do espectro político conservador como o do PFL, partido que aderiu em massa à sua candidatura ainda no começo da campanha, embora tivesse Aureliano Chaves como candidato oficial. Em 15 de novembro, recebeu 20.611.011 votos contra 11.622.673 dados a Lula e, assim, os dois candidatos passaram ao segundo turno que se realizaria em 17 de dezembro. Além de Leonel Brizola - que perdeu a vaga no segundo turno por uma diferença de aproximadamente 455 mil votos - ficaram de fora da disputa políticos oriundos do estado de São Paulo como Covas, Maluf, Guimarães e Guilherme Afif Domingos, dentre outros listados na relação de mais de vinte postulantes ao Planalto, oriundos de diferentes estados do país. Ao longo de um mês de campanha no segundo turno, as forças políticas se reagruparam com vistas ao embate derradeiro e nisso Lula recebe o apoio de Brizola, Covas, Guimarães e Roberto Freire, ao passo que Fernando Collor contou com o eleitorado de Maluf e Guilherme Afif.
A sociedade civil também se manifestou: o candidato do PT recebeu o apoio majoritário da classe artística e intelectual, dos sindicatos, e dos movimentos sociais organizados (como o MST), o candidato do PRN foi apoiado pela classe de empresários, dos meios de comunicação e dos grandes latifundiários, enquanto a Igreja Católica se dividiu entre os candidatos. Com o decorrer da campanha, as pesquisas de opinião mostravam uma diferença cada vez menor entre os concorrentes e com isso a postura de Collor recrudesceu e atingiu seu ponto crítico quando o programa eleitoral do PRN exibiu um depoimento de Míriam Cordeiro, ex-namorada de Lula, que acusava o petista de ter planejado o aborto de Lurian, filha do casal.
  • Paralelo a isso, associou o adversário ao comunismo ao tempo em que a Cortina de Ferro ruía no leste europeu e a União Soviética dava os primeiros sinais de exaustão. A retórica de Collor ganhou consistência quando houve a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989 e, ainda, antes da eleição, o sequestro do empresário Abílio Diniz acabou associado a grupos de esquerda interessados na vitória de Lula. Em meio a essa efervescência, o candidato do PRN repetia à exaustão seu plano de governar para os "descamisados" e os "pés descalços" (numa alusão ao eleitorado mais humilde) de modo a fugir do estigma de "candidato da elite".
Politicamente, o fiel da balança foi São Paulo pelo tamanho do eleitorado e onde se esperava que Lula saísse com forte votação, mas com uma forte estratégia de marketing apoiada pela Globo, como o caso sequestro do empresário paulista Abilio Diniz pela esquerda, o resultado da TV sobre os paulistas foi fundamental, mesmo que não tenha sido tão expressivo quanto o que aconteceu em outros estados, como o Paraná, que deu 90% de votação a Collor, que por sua vez retribuiu ajudando ao Grupo Martinez criar a Rede OM de TV Nacional, a criação desta rede de TV, veio junto com muita verba pública de publicidade, atores globais, Galvão e muitos profissionais de renome atuaram para rede, que passou a transmitir a copa do Brasil por exemplo, que é de grande audiência, todo este movimento, acabou por desagradar os Marinho, que por fim fomentaram a sua derrubada nove meses após a Rede OM virar uma rede nacional.
  •   Outro estado a votar maciçamente em Collor foi Goiás, que era reduto de outro candidato, Ronaldo Caiado, (então no PSD, posteriormente senador pelo DEM, ex-PFL), ligado aos ruralistas. Neste estado, quase 70% dos eleitores votaram em Collor. As maiores diferenças percentuais de votos a favor de Collor, curiosamente não vieram de seu estado Alagoas.
Em uma eleição disputada, com a opinião pública dividida principalmente entre Collor, Leonel Brizola, Lula, Mário Covas, Paulo Maluf, Guilherme Afif Domingos e Ulysses Guimarães, conseguiu liderar o primeiro turno com 28,52% dos votos, levando a disputa ao segundo turno com Lula. Conquistou a vitória com 50,01% dos votos, 5,71% a mais que o adversário petista.
  • Collor assumiu a presidência aos quarenta anos e sete meses de idade, o mais jovem político a assumir esse cargo na história das Américas. Antes de sua posse, viajou aos Estados Unidos e à Europa buscando o apoio dos organismos financeiros internacionais à sua proposta de renegociação da dívida externa brasileira, aproveitando também para expor seus planos para a economia. Visando a integração do Brasil aos seus vizinhos sul-americanos, viajou também para a Argentina e o Uruguai.
Presidência (1990-1992)
Liberalismo no Brasil:
  • No governo Collor, os produtos importados passaram a entrar no mercado brasileiro, com a redução dos impostos de importação. A oferta de produtos cresceu e os preços de algumas mercadorias caíram ou se estabilizaram. Os efeitos iniciais destas medidas indicavam que o governo estava no caminho certo, ao debelar a inflação que havia atingido patamares elevados no final da década de 1980 e início da década de 1990, mas isso durou pouco tempo. Ao mesmo tempo, o governo passou a incentivar os investimentos externos no Brasil mediante incentivos fiscais e privatização das empresas estatais. No entanto, estes investimentos chegaram um pouco mais tarde, dado o receio dos investidores frente à instabilidade econômica do país naquele momento.
O processo de privatização:
  • No Brasil, a concessão para exploração do sistema de transportes, o fim da proibição da participação estrangeira nos setores de comunicação, o fim do monopólio da Petrobras para a exploração de petróleo e a privatização de setores estratégicos ligados à energia e à mineração foram medidas adotadas em curto espaço de tempo no contexto da aplicação do neoliberalismo.
O argumento favorável a essas políticas era que as estatais eram improdutivas, davam prejuízo, estavam endividadas, eram cabides de emprego, um canal propício à corrupção e sobreviviam somente devido aos subsídios governamentais, enquanto as principais empresas privatizadas, como são os casos da Companhia Vale do Rio Doce e da Companhia Siderúrgica Nacional, eram empresas lucrativas e competitivas.
  • Não eram poucas as críticas à venda do patrimônio público. Uma delas apontava o fato de que o dinheiro arrecadado pelo Estado brasileiro, através da privatização, havia sido emprestado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Isto é, o governo financiou a juros baixos as empresas que ele próprio vendeu.
Os recursos captados com o processo de privatização deveriam servir para diminuir a dívida pública – todas as dívidas do setor público, incluindo governo (federal, estadual e municipal) e empresas estatais, com empréstimos e emissões de títulos de dívida negociados a prazo e juros definidos. No entanto, seu objetivo foi inviabilizado em pouco tempo. A política de juros altos para conter a inflação e atrair investimentos externos levou a uma elevação da dívida em valores superiores aos conseguidos com a venda das empresas estatais.


Economia:
  • Três planos separados para estabilização da inflação foram implementados durante os dois anos do governo Collor. Os dois primeiros, Plano Collor I e II, foram encabeçados pela ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello. Em maio de 1991, Zélia foi substituída por Marcílio Marques Moreira, que instituiu um plano epônimo, o "Plano Marcílio".
Plano Collor:
  • No ano anterior ao início de seu governo a inflação oficial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística alcançou a inacreditável cifra de 1.764%. Em razão desse flagelo, o presidente Collor elegeu como sua prioridade a luta contra a espiral inflacionária através do chamado Plano Brasil Novo, popularmente denominado de Plano Collor. Ousado em sua concepção, o referido plano era a quarta tentativa empreendida pelo governo federal visando o combate à hiperinflação, três das quais empreendidas ao longo do governo Sarney. 
A situação econômica do país era de tal modo periclitante que a discussão não girava em torno da adoção de medidas na seara econômica e sim quando (e como) tais medidas seriam implementadas. Disso surge a primeira surpresa: na véspera de sua posse, Fernando Collor fez uma solicitação ao governo Sarney para que fosse decretado feriado bancário, o que só aumentou as especulações a respeito das medidas que seriam anunciadas.
  • Empossado numa quinta-feira, o governo Collor anunciou seu plano econômico no dia seguinte à posse: anunciou o retorno do cruzeiro como unidade monetária em substituição ao cruzado novo, vigente desde 15 de janeiro de 1989 quando houve o último choque econômico patrocinado por seu antecessor. O cruzeiro voltaria a circular em 19 de março de 1990 em sua terceira, e última, incursão como moeda corrente nacional, visto que seria substituída pelo cruzeiro real em 1993. 
Além disso, as medidas de Collor para a economia incluíram ainda ações de impacto como: redução da máquina administrativa com a extinção ou fusão de ministérios e órgãos públicos, demissão de funcionários públicos e o congelamento de preços e salários (embora tenha sido em seu governo que os aposentados rurais tenham conquistado o direito a um salário mínimo como benefício básico ao invés do meio salário até então vigente).
O plano foi anunciado em 16 de março de 1990, um dia após a posse de Collor. Suas políticas planejadas incluíam: As medidas do Plano Collor incluíam:
  • 80% de todos os depósitos do overnight, das contas correntes ou das cadernetas de poupança que excedessem a NCz$50 mil (Cruzado novo) foram congelados por 18 meses, recebendo durante esse período uma rentabilidade equivalente a taxa de inflação mais 6% ao ano.
  • Substituição da moeda corrente, o Cruzado Novo, pelo Cruzeiro à razão de NCz$ 1,00 = Cr$ 1,00
  • Alargamento da base de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras IOF, recaindo sobre todos os ativos financeiros disponíveis , transações com ouro e ações e sobre todas as retiradas das contas de poupança Alteração da base de tributação do IOF.
  • Foram congelados preços e salários, sendo determinado pelo governo, posteriormente, ajustes que eram baseados na inflação esperada.
  • Eliminação de vários tipos de incentivos fiscais: para importações, exportações, agricultura, os incentivos fiscais das regiões Norte e Nordeste, da indústria de computadores e a criação de um imposto sobre as grandes fortunas.
  • Indexação imediata dos impostos aplicados no dia posterior a transação, seguindo a inflação do período.
  • Aumento de preços dos serviços públicos, como gás, energia elétrica, serviços postais, etc.
  • Liberação do câmbio e várias medidas para promover uma gradual abertura na economia brasileira em relação à concorrência externa.
  • Extinção de vários institutos governamentais e anúncio de intenção do governo de demitir cerca de 360 mil funcionários públicos, para redução de mais de 300 milhões em gastos administrativos.
Plano Collor II
  • O segundo Plano Collor iniciou-se em janeiro de 1991. Ele incluiu novos congelamentos de preços e a substituição das taxas de overnight com novas ferramentas fiscais que incluíam no seu cálculo as taxas de produção antecipada de papéis privados e federais.
O plano conseguiu produzir apenas um curto prazo de queda na inflação, volta a subir novamente em maio de 1991, atingindo 20%.

Plano Marcílio:
  • Em 10 de maio de 1991, Zélia foi substituída no Ministério da Fazenda por Marcílio Marques Moreira, um economista formado pela Georgetown University que era embaixador do Brasil nos Estados Unidos na época de sua nomeação.
Plano Marcílio foi considerado mais gradual do que seus antecessores, utilizando uma combinação de altas taxas de juros e uma política fiscal restritiva. Ao mesmo tempo, os preços foram liberados e um empréstimo de US$2 bilhões do Fundo Monetário Internacional garantiram as reservas internas.
  • As taxas de inflação durante o Plano Marcílio permaneceram nos níveis da hiperinflação. Marcílio deixou o Ministério da Fazenda ao seu sucessor, Gustavo Krause, em 2 de outubro de 1992. O presidente Fernando Collor de Mello já havia saído do governo devido ao impeachment pelo Congresso quatro dias antes, em 29 de setembro de 1992, por acusações de corrupção em um esquema de tráfico de influência, marcando o fim das tentativas de seu governo de acabar com a hiperinflação.
Entre o fim do Plano Marcílio e o começo do próximo plano, o Plano Real, a inflação continuou a crescer, atingindo 48% em junho de 1994.

Confisco das poupanças:

Um dos pontos importantes do plano previa o confisco dos depósitos bancários superiores a Cr$ 50.000,00 (cinquenta mil cruzeiros) por um prazo de dezoito meses visando reduzir a quantidade de moeda em circulação, além de alterações no cálculo da correção monetária e no funcionamento das aplicações financeiras. Mesmo sendo o confisco bancário um flagrante desrespeito ao direito constitucional de propriedade o plano econômico conduzido pela Ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello foi aprovado pelo Congresso Nacional em questão de poucos dias.
  • Segundo um artigo  do acadêmico Carlos Eduardo Carvalho, Professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e coordenador do Programa de Governo da candidatura do PT à Presidência da República em 1989, a medida política executada pelo Governo Collor, que ficou conhecida como confisco, não fazia parte, originalmente, do Plano Collor e foi gestada quase às vésperas de sua implementação. 
O confisco já era um tema em debate entre os candidatos à eleição presidencial: "A gênese do Plano Collor, ou seja, como e quando foi formatado o programa propriamente dito, desenvolveu-se na assessoria de Collor a partir do final de dezembro de 1989, depois da vitória no segundo turno. O desenho final foi provavelmente muito influenciado por um documento [de Luiz G. Belluzzo e Júlio S. Almeida] discutido na assessoria do candidato do PMDB, Ulysses Guimarães, e depois na assessoria do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, entre o primeiro turno e o segundo. 
  • Apesar das diferenças nas estratégias econômicas gerais, as candidaturas que se enfrentavam em meio à forte aceleração da alta dos preços, submetidas aos riscos de hiperinflação aberta no segundo semestre de 1989, não tinham políticas de estabilização próprias. A proposta de bloqueio teve origem no debate acadêmico e se impôs às principais candidaturas presidenciais [...] Quando ficou claro o esvaziamento da campanha de Ulysses, a proposta foi levada para a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, obteve grande apoio por parte de sua assessoria econômica e chegou à equipe de Zélia depois do segundo turno, realizado em 17 de dezembro".
O raciocínio era reduzir a quantidade de dinheiro disponível na economia, para que as pessoas não tivessem como comprar, controlando os preços. O congelamento das poupanças acabou não sendo bem sucedida. Isso porque começou uma pressão, por meio de decisões judiciais, para a liberação de parte do dinheiro confiscado em casos específicos, como pessoas que precisavam do dinheiro de suas poupanças para pagar contas em hospitais.
“Para as pessoas envolvidas, a coisa foi dura, como para uma pessoa que vendeu uma residência, colocou o dinheiro no banco, e não pode comprar outra”, avalia Heron do Carmo, professor da faculdade de Economia da USP.
Articulação política
  • Oriundo de um estado politicamente pouco influente e filiado a uma legenda de pouca tradição política, Fernando Collor de Mello, o novo presidente, sentiu a necessidade de compor uma base de sustentação capaz de permitir a implementação de seu programa de governo, ainda que o próprio Collor não fosse afeito a ciceronear os parlamentares em seus contatos políticos com vistas a aprovar os projetos de seu interesse.
Tal aversão criou um distanciamento entre o chefe do executivo e a maioria dos parlamentares que lhe hipotecavam apoio, mas em regra seu governo contava com o suporte de políticos do PFL, PDS, PTB, PL, de partidos conservadores de menor vulto e dissidentes ocasionais.
  • Nas eleições de 1990 seus aliados venceram no Distrito Federal e na maioria dos estados com destaque para o PFL que elegeu nove governadores, seis dos quais no Nordeste. Tal desempenho compensou as derrotas sofridas em grandes colégios eleitorais como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por exemplo. 
O curioso é que embora o PRN (partido de Fernando Collor) tenha elegido dois senadores e quarenta deputados federais não fez nenhum governador. No legislativo o PMDB manteve a maior bancada tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal e com isso conservou o comando do congresso para o biênio seguinte, situação em vigor desde o retorno dos civis ao poder em 1985. Ao longo do ano de 1991 investiu grande parte de seu capital político numa negociação destinada a levar o Partido da Social Democracia Brasileira a integrar as fileiras situacionistas, negociação malograda, sobretudo, ante as recusas de Mário Covas e Franco Montoro, o então presidente nacional da legenda tucana.
  • Quanto à sua equipe as mudanças ocorreriam logo nas duas semanas posteriores à posse quando Joaquim Domingos Roriz deixou a pasta da Agricultura e em outubro de 1990 Bernardo Cabral foi substituído no Ministério da Justiça pelo experiente senador Jarbas Passarinho. No entanto, a mudança mais significativa viria em maio de 1991 quando o embaixador Marcílio Marques Moreira assumiu o Ministério da Economia confirmando o apreço de Collor por indivíduos de perfil técnico e acadêmico em detrimento dos “políticos de carreira”, tendência que só seria revertida em 1992 quando realizou duas reformas em sua equipe: uma em abril e outra às vésperas de seu afastamento quando abriu espaço aos quadros políticos conservadores.
O curioso é que ao tomar posse o número de ministros nomeados por Collor era o menor dos trinta anos anteriores a 1990 e dentre os agraciados com um cargo no primeiro escalão estava o ex-jogador de futebol Artur Antunes Coimbra, o Zico, que deixaria o cargo após um ano. Com o tempo o insucesso de sua política econômica e as frequentes denúncias envolvendo seus auxiliares diretos (incluída a primeira-dama Rosane Malta, presidente da Legião Brasileira de Assistência) redundaram em um desgaste progressivo de seu governo.

Impeachment
  • Em meados de 1991, denúncias de irregularidades começaram a surgir na imprensa, envolvendo pessoas do círculo próximo de Fernando Collor, como ministros, amigos do presidente e mesmo a primeira-dama Rosane Collor. Em entrevista à Revista Veja em maio de 1992, Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, revelou o esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da campanha Paulo César Farias, entre outros fatos comprometedores para o presidente. Em meio à forte comoção popular, é instalada em 27 de maio uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a responsabilidade do presidente sobre os fatos divulgados. 
Em 1° de junho, a CPI começa seus trabalhos com forte cobertura dos meios de comunicação. A Revista IstoÉ publica em 1° de julho uma matéria, confirmada na edição seguinte da revista (8 de julho), na qual Eriberto França, motorista da secretária de Collor, revela que ele próprio pagava as despesas pessoais do presidente com dinheiro de uma conta fantasma mantida por Paulo César Farias, reforçando a tese do irmão do presidente. Em 2 de setembro é aberto o processo de impeachment na Câmara dos Deputados proposto por Barbosa Lima Sobrinho e Marcello Lavenére Machado, impulsionado pela maciça presença do povo nas ruas, como o movimento dos Caras-pintadas.
  • Em 29 de setembro, por 441 a 38 votos, a Câmara vota pelo impeachment do presidente, que é afastado do cargo. A presidência é assumida no dia 2 de outubro pelo então vice-presidente, Itamar Franco. Em 29 de dezembro de 1992, Collor renunciou à presidência da República, horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade, tendo seus direitos políticos suspensos por oito anos.
Foi a primeira vez na história republicana do Brasil que um presidente eleito pelo voto direto era afastado por vias democráticas.
Popularidade antes e depois do mandato
  • Segundo levantamento do instituto Datafolha em março de 1990, quando Collor tomou posse, 71% dos eleitores tinham uma expectativa de que o governo federal fosse "ótimo" ou "bom". Três meses depois, em junho de 1990, esse percentual de Collor já havia caído para 36%. No final, entretanto, a administração collorida foi rejeitada (respostas "ruim" e péssimo") por 68% dos pesquisados. Collor terminou o seu governo com apenas 9% de aprovação popular.
Viagens e acordos presidenciais:
  • Em dois anos e nove meses de mandato, o presidente Collor visitou 21 países. Dessas viagens destaca-se a assinatura para a criação do Mercosul em 1991.
  • 04.06.1990 - Visita a Assunção, Paraguai.
  • 06 a 11.06.1990 - Viagem à Itália.
  • 05 e 06.07.1990 - Visita à Argentina.
  • 22.09 a 02.10.1990 - Participação da abertura da XLV Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque e da Cúpula Mundial pela Criança; visita à Cidade de Chicago e à Universidade de Yale, em New Haven - E.U.A., e a República Tcheca e Eslováquia.
  • 11 a 13.10.1990 - Participação em Caracas, Venezuela, da IV Reunião de Presidentes do Mecanismo Permanente de Consulta e Concertação Política — Grupo do Rio, criado em 1986.
  • 21 a 26.10.1990 - Visita a Portugal.
  • 08 a 15.11.1990 - Participação em Tóquio - Japão, da entronização do imperador Akihito.
  • 19 a 21.02.1991 - Visita à Estação Antártica brasileira "Comandante Ferraz" na Ilha Rei George.
  • 26 e 27.03.1991 - Participação em Assunção, República do Paraguai, da cerimônia de assinatura do Tratado para a Constituição do Mercado Comum do Sul — Mercosul.
  • 14 a 19.05.1991 - Visita de Estado ao Reino da Espanha.
  • 03 a 06.06.1991 - Visita ao Reino da Suécia.
  • 06 a 07.06.1991 - Visita ao Reino da Noruega.
  • 17 a 21.06.1991 - Visita aos Estados Unidos.
  • 17 a 19.07.1991 - Ausentou-se do País onde participou da Reunião de Chefes de Estado ou Governo dos Países Ibero-americanos, Espanha e Portugal - I Cúpula Ibero-americana, em Guadalajara, México.
  • 07 a 14.09.1991 - Visita aos Chefes de Estado de Angola, Zimbábue, Moçambique e Namíbia.
  • 20 a 23.09.1991 - Viagem a Nova Iorque.
  • 01 a 03.12.1991 - Participação em Cartagena das Índias, Colômbia, na V Reunião de Presidentes do Mecanismo Permanente de Consulta e Concentração Política, mais conhecido como Grupo do Rio.
  • 10 a 13.12.1991 - Visita à Itália e participação em Viena, capital da Áustria, de cerimônia de assinatura do histórico Acordo Quadripartite de Salvaguardas entre o Brasil, a Argentina, a Agência Brasil-Argentina de Controle de Material Nuclear - ABAC e a AIEA, na sede da Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA.
  • 25 a 28.06.1992 - Participação na 2ª Reunião do Conselho do Mercado Comum do Sul, na cidade de Las Leñas, Argentina.
  • 22 a 26.07.1992 - Visita à Espanha.
  • 17.08.1992 - Visita à Bolívia.
  • Pós-presidência (1993-2009)
Collor foi sucedido pelo vice-presidente Itamar Franco que exercia o cargo interinamente desde o afastamento provisório do então presidente, em 2 de outubro. Em entrevista coletiva, Collor declarou que a tentativa de renúncia se devia ao apreço pela democracia, ameaçada, segundo ele, por uma "elite política avessa à necessidade de modernização do país" e de poderio tão avassalador que teria levado Getúlio Vargas ao suicídio em 1954 e Jânio Quadros à renúncia em 1961.
  • Depois ingressou no Superior Tribunal de Justiça visando reaver o direito de exercer cargo público, preservado, conforme disse, pelo fato de que sua renúncia ocorreu antes de aberta a sessão que decidiu pela condenação, mas em dezembro de 1993 o STJ manteve-o inelegível e inapto ao exercício de cargos e funções públicas por entender que a renúncia apresentada à undécima hora não passou de um "ardil jurídico". 
Entretanto, em julgamento realizado um ano depois, o Supremo Tribunal Federal arquivou o processo contra Collor e Paulo César Farias, acusados do crime de corrupção passiva (placar de 5 a 3). Uma semana após essa decisão, o ex-presidente recebia a notícia da morte do irmão Pedro Collor em 19 de dezembro de 1994, vítima de câncer no cérebro, tragédia que seria seguida de outra notícia infausta: o falecimento da mãe, dona Leda Collor de Mello, vítima de broncopneumonia, em 25 de fevereiro de 1995, ela que havia sido internada durante o curso dos eventos que redundaram no afastamento do presidente.
  • Seis meses depois, Collor mudou-se para Miami, onde permaneceu até 1998 quando retornou ao Brasil. Nesse ínterim, um outro episódio rumoroso envolveu outro personagem do governo: em 23 de junho de 1996, o ex-tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, foi encontrado morto em Maceió ao lado da então namorada Susana Marcolino. O caso foi cercado de controvérsias e recebeu maciça cobertura midiática. Apesar das dúvidas, inconsistências e teorias conspiratórias, o laudo pericial divulgado pelas autoridades locais o declarou vítima de crime passional cometido pela namorada, que a seguir teria cometido suicídio.
Mesmo após ter sido negado pelo STF um novo recurso no qual pleiteava a recuperação dos direitos políticos, Collor retornou ao Brasil e, após algum tempo ensaiando um retorno à política, escolheu a cidade de São Paulo como domicílio eleitoral e filiou-se ao inexpressivo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), pelo qual tentou uma candidatura a prefeito, pretensão infrutífera devido ao fato de que a suspensão dos direitos políticos perduraria até depois da eleição.
  • De volta a Alagoas, disputou o governo do estado em 2002, sendo derrotado no primeiro turno pelo governador Ronaldo Lessa, reeleito pelo PSB.
Em 2006, foi eleito Senador de Alagoas, filiado ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), porém migrando para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) logo no primeiro dia no senado, vindo, dois anos depois, a ser eleito membro da Academia Alagoana de Letras para ocupar a cadeira de número 20. Em 2010, concorreu ao governo de Alagoas pela terceira vez (a primeira foi em 1986, quando se elegeu, e a segunda, em 2002, quando foi derrotado por Ronaldo Lessa). Não teve êxito, tendo sido eliminado já no primeiro turno. No segundo turno, disputaram os candidatos Teotônio Vilela Filho e Ronaldo Lessa, ambos ex-governadores de Alagoas.
  • No dia seguinte à posse como senador, deixou o PRTB e ingressou no PTB a convite de Roberto Jefferson, ex-deputado federal que seria presidente da legenda, um dos poucos parlamentares que lhe prestaram fidelidade durante o processo que redundou no afastamento.
No dia 8 de junho de 2007, recebeu o título de cidadão da Paraíba, outorgado pela Assembleia Legislativa do Estado.
  • No dia 4 de março de 2009, Collor se tornou presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal. No dia 2 de setembro de 2009, foi eleito membro da Academia Alagoana de Letras para ocupar a cadeira de número 20, deixada pelo médico Ib Gatto Falcão, falecido no ano anterior. Collor recebeu 22 dos 30 votos. A votação foi secreta. Oito acadêmicos votaram em branco.
Em 10 de maio de 2010, anunciou que é pré-candidato ao Governo de Alagoas.
No mesmo mês, Collor enfrenta novos problemas: advogados da ex-mulher Rosane Collor afirmam que ela vai mudar de estratégia no julgamento do processo de partilha de bens contra o ex-marido, previsto para junho. Em vez de pleitear a divisão total, como faz desde a separação em 2005, pedirá uma cota de participação nas Organizações Arnon de Mello, que é legalmente a dona da maioria dos imóveis do ex. No final do mês, é acusado de fazer campanha antecipada, ao inaugurar 174 casas populares em Coruripe‎, interior do Alagoas, apesar de ser feito exclusivamente por prefeitos, governador e presidente da República, configurando crime eleitoral.

Eleições 2010:
  • Em 2010 Collor lançou candidatura ao governo de Alagoas pelo PTB apoiado por cinco partidos (PRB, PSL, PHS, PMN e PTC). Em sua campanha, declarou apoio a Dilma Rousseff, dizendo ser apoiado também por ela e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, seu jingle, que possui o trecho "é Lula apoiando Dilma, é Dilma apoiando Collor" causou grande constrangimento na campanha do PT, que indicou o vice na chapa do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). 
A campanha de Lessa interpelou judicialmente a campanha de Collor para que esta retirasse os nomes de seus aliados do jingle. Em seguida, uma decisão do TRE-AL proibiu Collor de citar os nomes de Lula e de Dilma em suas propagandas eleitorais. Apesar de omitir ambos os nomes na nova versão, Collor deixou implícita a mensagem de que Dilma e Lula o apoiam em Alagoas. "Não adianta, o povo sabe quem tá apoiando quem. O povo tá decidido e vai apoiar também", dizia o novo trecho.
  • A campanha de Collor ao governo estadual foi intensa. Seus partidários organizaram o "Collor Já", movimento capitaneado pela Juventude do PTB e pelo prefeito da cidade de Traipu, Marcos Santos.Por outro lado, também foi forte o movimento "Fora Collor", liderado por integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e dez sindicatos e entidades da sociedade civil organizada. Ambos os movimentos se toparam na praça Sinimbú, no centro de Maceió, durante manifestações no dia 11 de agosto. A Polícia Militar foi acionada para evitar um confronto entre os dois lados, que trocavam acusações. A PM deteve duas pessoas por desordem, mas elas foram liberadas em seguida. Durante o episódio, o "Fora Collor" denunciou que cada pessoa do "Collor Já" teria recebido R$ 50,00 para segurar faixas a favor do candidato. Os dois indivíduos detidos pela PM admitiram ter recebido R$ 20,00 para ajudar a segurar faixas.
A primeira pesquisa do Ibope indicou Lessa 1% à frente de Collor e 5% à frente do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) Todos os três candidatos estavam empatados em primeiro lugar, uma vez que a margem de erro do levantamento era de 3% para mais ou para menos. O instituto Gape, pertencente às Organizações Arnon de Mello, também divulgou no mesmo dia uma pesquisa de intenção de voto para governador. Segundo essa sondagem, Collor liderava a corrida pelo governo com vantagem de 15% sobre Lessa, enquanto Teotônio conquistou a preferência de apenas 16% do eleitorado. A pesquisa foi contratada por outra empresa da família Collor, o jornal Gazeta de Alagoas. Após a divulgação das pesquisas, o coordenador do MCCE, Adriano Argolo, entrou com representação na Justiça Eleitoral contra o Gape.
  • De acordo com o jornal O Globo, a divulgação da pesquisa Ibope fez a campanha de Collor alterar a estratégia. O ex-presidente focou áreas dominadas pelo tráfico de drogas e com altos índices de criminalidade e descartou sabatinas com setores mais esclarecidos da sociedade, como universitários.
Collor perdeu a disputa para Teotônio Vilela Filho, reeleito Governador de Alagoas.
Reeleição em 2014
  • Em 2014, Fernando Collor foi reeleito senador por Alagoas com 689.266 votos, ou 55,69% dos votos válidos. A segunda colocada foi a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) teve 394.309 votos, o equivalente a 31,86% do total. Durante as últimas semanas da campanha para a reeleição ao Senado, Collor aproveitou os minutos de propaganda eleitoral na televisão para relembrar projetos e conquistas que viabilizou para o estado de Alagoas enquanto senador e presidente. Ele percorreu municípios de todas as regiões do estado e promoveu caminhadas em diversos bairros da capital alagoana.
Collor foi atacado por candidatos como Omar Coelho e Heloísa Helena, que relembraram acusações de peculato, corrupção e falsidade ideológica movidas pelo Ministério Público Federal em 2007. No entanto, ele lembrou que fora absolvido de todas essas acusações, pelo Supremo Tribunal Federal.
No final de março de 2016, deixou o PTB e filiou-se ao PTC.

Controvérsias:
Estilo político
  • Dentro de sua estratégia de marketing pessoal, ao assumir a presidência, Fernando Collor andou de jet-ski, comandou um avião de caça, pilotou uma Ferrari a 200 quilômetros por hora. Também apareceu em público lutando karatê, jogando futebol, vôlei, tênis e correndo.
Declarações de Rosane Collor sobre magia negra:
  • A ex-primeira-dama Rosane Collor, logo após a separação em 2005, fez revelações de que o ex-presidente Fernando Collor participava de rituais de magia negra na mansão oficial do presidente, a Casa da Dinda. Em 2006 ela diz sofrer ameaças por ser um "arquivo vivo": "Eu ia para o lançamento de um disco evangélico e uma pessoa me disse por telefone que se fosse ao evento, eu não voltaria", disse anos mais tarde. Rosane Collor foi além dizendo que os rituais feitos envolviam cemitérios e sacrifício de animais. 
Em 2008, durante entrevista à Folha Universal, jornal semanal da Igreja Universal do Reino de Deus da qual a ex-primeira dama faz parte, ela disse que Collor só recorria aos supostos rituais sempre que alguém "fazia mal a ele", porque "na visão de Collor tudo de ruim que mandassem para ele tinha que ser devolvido." Em 2012, afirmou que lançaria uma biografia contando outros detalhes dos acontecimentos que seriam os mais surpreendentes da história recente do Brasil.
  • Em 2014, a ex-primeira-dama Rosane Collor lançou a autobiografia Tudo o Que Vi e Vivi pela editora LeYa, onde narra os bastidores de sua vida com o ex-presidente, o impeachment sofrido por ele em 1992 e rituais macabros de magia negra.
Operação Lava Jato:
  • Em março de 2015, durante o mandato como senador pelo PTB de Alagoas, foi incluído na lista de 47 políticos investigados no inquérito sobre a Operação Lava Jato.
A Polícia Federal deflagrou em 14 de julho de 2015, a operação Politeia com 53 mandados de busca e apreensão em casas de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. Collor teve três carros apreendidos: uma Ferrari, um Porsche e um Lamborghini, que estavam estacionados na Casa da Dinda.. Ele classificou a operação da Polícia Federal como “invasiva e arbitrária”.
Collor em livros
  • Desde 1996, Collor mantém uma página na internet em que é possível ler o primeiro capítulo de um livro de sua autoria intitulado Crônica de um Golpe - A versão de quem viveu o fato. Sobre seus dias como presidente, foram editados os livros Mil Dias de Solidão – Collor bateu e levou, do jornalista Cláudio Humberto Rosa e Silva (porta-voz quando presidente) e Passando a Limpo - A trajetória de um farsante, de autoria do irmão, Pedro Collor, com redação da jornalista Dora Kramer. Os bastidores do governo e do escândalo que derrubou Collor foram relatados no livro "Todos os sócios do presidente", dos jornalistas Gustavo Krieger, Luiz Antônio Novaes e Tales Faria.
As relações com a imprensa são o tema de Notícias do Planalto, de Mário Sérgio Conti e o livro "A imprensa faz e desfaz um presidente" de Fernando Lattman-Weltma. Há um depoimento também no livro Os Segredos dos Presidentes de Geneton Moraes Neto, produzido pela equipe do Fantástico.